egito e algumas considerações sobre o que nos move

em tecnologia existe sempre a galera que adora enxergar revoluções em cada esquina. curiosamente, algumas grandes revoluções (google, por exemplo, ou twitter) não fizeram alarde algum no começo.

com essa cobertura intensiva do que está acontecendo no Egito já tem gente puxando a brasa pra sardinha do potencial revolucionário da internet. é isso mesmo?

quem revoluciona, afinal? tecnologia ou pessoas?

pense bem: o tipo móvel, a pólvora, o macarrão, o dinheiro em cédulas… tudo isso foi inventado na china mas lá nao revolucionou nada não.

recentemente ouvi dois conteúdos interessantíssimos sobre uma revolução na história do ocidente: o tipo móvel do Gutenberg. o mais interessante é que os dois conteúdos, na minha opiniao, apontavam pra mesma conclusao: se há revolucoes elas sao feitas por pessoas, nao pela tecnologia sozinha. se nao entendermos contextos, culturas e história não vai adiantar nada entender bits e bytes

(os dois papos eram: um sobre o Foxe’s Book of Martyrs no programa In Our Time da BBC 4 e outro sobre Gutenberg pelo Jay Walker no TED)

e se o futuro da propaganda não for propaganda?

quando eu estava na faculdade (eu fiz Rádio e TV) não havia internet. mesmo assim um professor disse pra gente: vocês não vão trabalhar em TV, vocês vão trabalhar numa mídia interativa digital planetária.

well, isso parece óbvio agora, mas não era tão óbvio em 90 e poucos. na época eu ri do cara, mas felizmente tive a humildade e a sensatez de perceber que ele tinha razão e mudei de carreira a tempo. e mudei de novo e de novo e de novo.

eu te pergunto: quem disse que o futuro da tua carreira (propaganda, por exemplo) é a tua carreira?