o lado B da web 2.0: cercado de (cada vez menos) amigos

calma, calma, nao estou dizendo que eu ou voce estejamos perdendo amizades, nada disso: é que um estudo do twitter mostrou que com o tempo você está sendo ouvido/seguido por cada vez mais gente… que nao é (ainda) amiga sua.
no final voce pode achar que está falando intimamente com a turminha de sempre mas, na real, voce está se expondo à toa diante de milhares de pessoas que nao fazem parte do teu círculo.
ouça uma reflexão rápida sobre o quanto essa história pode explicar a minha história recente

(os links pra pesquisa que eu cito estão aqui: http://radinho.ning.com/profiles/blogs/no-twitter-follower-nao-quer )

o lado B da web 2.0: como escapar da geleia geral?

estou começando a achar que livro é o máximo ainda: pelo menos eu sei quem escreveu, consigo colocá-lo num contexto histórico, consigo encaixá-lo na vida do autor, consigo parar e retomar quando quiser…
informação na web, por outro lado, padece da sina do que é digital: bits não tem pedigree. pior: bits não tem pudor. explico: o que se diz num bar é diferente do que se diz numa palestra e é diferente do que se diz no trabalho e é diferente do que se diz na alcova. não dá pra misturar.
já na web… quem quiser misturar meu twitter com meu podcast com mensagens de lista com meus blogs autorais, mistura. o resultado vai parecer com o que? comigo é que não. mas o infeliz vai tomar aquele quebra-cabeças como meu retrato fiel. e afinal, voce prefere uma boa foto tua ou um retrato cubista?
ouça uma promessa de ano novo de quem precisa deixar de ser tonto e achar que estamos todos sempre entre amigos.

meus mais sinceros votos de feliz (hum)ano novo

nem precisa me dizer: sou meio aristocrático mesmo. nao gosto de futebol, nao gosto de farra, nao gosto de um monte de coisas. e quando menciono um podcast legal é geralmente algo da BBC com pesquisadores de Oxford falando sobre, sei lá, teoria das cordas ou poetas metafisicos ingleses, ou algo da France Culture discutindo Derrida. sou um chato : ) se a internet fosse a minha cara nao seria um sucesso jamais.
mas tem outro aspecto dessas minhas manias que talvez colabore pra internet ser um sucesso: eu nao acredito em criar uma internet que seja reflexo do offline, com tudo o que ele tem de bom e de ruim. eu acredito que internet pode sim ser melhor do que o que nos cerca e que ela pode sim nos transformar, trazendo a tona o melhor de nos.
pra isso acontecer eu acredito numa certa discriminacao sim, que discrimine o que é fecundo do que é estéril, o que é generoso do que é egoísta, o que é grandioso do que é mesquinho. eu acredito numa nova ética e numa nova estética e numa nova prática.
se você também acredita, ouça aqui meus mais sinceros votos de feliz (hum)ano novo